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Contextualizando

Opinião: "Sob o império do medo"

Em 14 de Junho de 2025 às 14:00

Texto de Percival Puggina:

"Desde o final do século ado, até 2011, fui mobilizado por uma intensa curiosidade sobre o comunismo cubano. Das mãos de Lula e Fidel Castro surgira o Foro de São Paulo, que eu chamava Organização Comunistas Sem Fronteiras e o protagonismo da esquerda radical se ampliava em ritmo acelerado. Para uso externo, o petismo é contra a meritocracia, mas não no âmbito do serviço ao partido; naquela época, viagens a Cuba e cursos de Medicina em Havana reconheciam e premiavam a militância mais aguerrida e efetiva. Camisetas do Che Guevara integravam o fardamento oficial em ações do MST, manifestações sindicais e movimentos estudantis.

Se o conhecimento da história do comunismo como regime tornava insanidade descolá-lo de suas consequências, os defensores da revolução cubana dispunham de uma “narrativa” que convertia a miséria da ilha em paraíso na terra, laranja de amostra que só não era mais do que perfeita por causa do 'bloqueio ianque' (como se Cuba produzisse valor a exportar e tivesse recursos para importar).

Então, fui a Havana.

Depois disso, nunca mais voltei. Nem preciso. Pude observar na nossa própria história o o a o no rumo de uma tirania esquerdista. A tirania cubana iniciou com uma revolução, com sangue, e se firmou pelo cerceamento da liberdade e pela miséria que levou o povo à dependência total submissão ao Estado. A nossa começou pelo controle dos meios culturais. Com uma das mãos causa miséria, com a outra atira pequenas esmolas periódicas que criam a dependência. São o substituto da 'libreta' que limita os gastos dos cidadãos da ilha.

Em Cuba, há um CDR (Comitê de Defesa da Revolução) em cada quarteirão do país controlando a vida de toda as famílias. Aqui, a tecnologia viabiliza algo bem mais eficiente no controle das redes sociais. A democracia de picadeiro, moda da esquerda, quer agora, olhos postos em 2026, ampliar sua abrangência pela submissão das plataformas. O medo do Estado e a desproteção dos cidadãos são os mesmos, aqui e em Cuba. Na Venezuela e no Irã. Na Nicarágua e na Coréia do Norte.

De fato, eu estava sendo seguido. No dia seguinte, enquanto almoçava no Il Gentiluomo com três dissidentes, dois policiais enormes, carregando uma imensa filmadora do tamanho deles, entraram no restaurante, instalaram-na, apontaram-na para nós e nos filmaram durante alguns minutos. Então, senti em mim, o medo que transfigurou a fisionomia dos dois infelizes cidadãos da véspera, o medo de quem não tem defesa perante a mão pesada e o comportamento implacável, inquisitorial, do Estado. Experimentei o suor escorrendo frio. Saí dali e fui à embaixada pedir socorro. Para quantos brasileiros não é mais novidade saber que tudo em sua vida depende do arbítrio de alguém que lhe quer fazer mal?

O que descrevo não é um perigo iminente. É um dado da realidade."

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