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Cientista político Silvio Cascione:
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"O interrogatório de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, nesta semana, reaqueceu especulações sobre sua provável condenação e prisão antes da eleição de 2026. O avanço célere do processo, com possibilidade de uma sentença já no segundo semestre, reforçou entre parlamentares a ideia de que o ex-presidente será forçado a sair de cena, abrindo espaço para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, assumir a candidatura da direita.
Esse cenário é verossímil, mas incompleto. O futuro político de Bolsonaro, mesmo em caso de prisão, continuará a depender de sua própria vontade — e essa vontade, por sua vez, está condicionada à força de Lula.
Há quem acredite que, uma vez condenado, Bolsonaro se convencerá de que não poderá sustentar a narrativa de que ainda é candidato e será pressionado a recuar, indicando um nome mais palatável ao centro, como Tarcísio. O governador tem boa avaliação em São Paulo e trânsito institucional com o Supremo, o que o tornaria peça útil num eventual indulto em 2027.
Mas essa hipótese esbarra num ponto decisivo: o próprio Bolsonaro sabe que não há garantias reais de que um presidente eleito conseguirá reverter sua situação com o STF. Sabe quem será o presidente do Supremo entre 2027 e 2029? Ele mesmo: Alexandre de Moraes. Por isso, e pela resistência de outros ministros, a promessa de indulto é hoje difícil de sustentar.
Se não houver espaço para acordos, a tendência pode ser a radicalização de Bolsonaro. A partir da prisão, ele pode dobrar a aposta: manter a mobilização de sua base e tentar transferir votos para um herdeiro de sua confiança — provavelmente um dos filhos. Essa estratégia manteria viva a pressão sobre o Judiciário e preservaria seu protagonismo na oposição, ainda que fora do páreo presidencial.
Diante dessa incerteza, o fator mais determinante não é o desfecho judicial do processo, mas a força da oposição frente a Lula. Se o presidente chegar enfraquecido à campanha — com baixa aprovação e dificuldades econômicas —, Bolsonaro terá margem para bancar um de seus filhos. Se, ao contrário, Lula se mostrar forte, Bolsonaro será mais facilmente convencido a eleger sua família para mandatos no Senado e indicar Tarcísio como nome mais competitivo para enfrentar o petismo.
Lideranças que orbitam o bolsonarismo têm feito esse diagnóstico com clareza. O movimento do ex-presidente será, portanto, menos uma resposta à Justiça e mais uma leitura do risco eleitoral. Quanto mais competitivo estiver Lula, maior a chance de Bolsonaro recuar — não por condenação, mas por cálculo.”
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