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Delegado ouve policiais militares e diz que vai pedir reprodução simulada do caso Gabriel Lincoln

Publicado em 03/06/2025, às 14h55
Adolescente Gabriel Lincoln foi morto a tiros após perseguição policial - Reprodução / Arquivo pessoal
Adolescente Gabriel Lincoln foi morto a tiros após perseguição policial - Reprodução / Arquivo pessoal

Por TNH1 com TV Pajuçara

Em entrevista exclusiva ao Fique Alerta, na tarde desta terça-feira, 3, o delegado Sidney Tenório afirmou ouviu os policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou com a morte do adolescente Gabriel Lincoln e que vai solicitar ao Instituto de Criminalística a reprodução simulada do caso para poder concluir o inquérito policial. O jovem foi morto no dia 03 de maio, após uma perseguição policial em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas.

"A próxima etapa, houve um pedido por parte da família, de uma reprodução simulada. Temos alguns pontos que precisam ser dirimidos. É bem provável que a próxima etapa do inquérito, após a oitiva dos policiais, seja exatamente fazer essa reprodução simulada. Devemos ver as questões a serem dirimidas, mandamos para o IC (Instituto de Criminalística), que agenda uma data e a gente faz a reprodução simulada em Palmeira dos Índios. Posteriormente a isso, a gente deve decidir os indícios que existem e qual seria a tese a ser apresentada para o Ministério Público e o Poder Judiciário".

A defesa da família de Gabriel Lincoln Pereira da Silva protocolou, no dia 13 de maio, o pedido de reprodução simulada do crime. A solicitação oficial foi feita ao delegado João Paulo Canuto, da Delegacia de Homicídios, que preside o inquérito junto ao delegado Sidney Tenório.

"A data fica muito por conta do Instituto de Criminalística, mas vamos pedir celeridade ao IC, já que precisamos também encerrar esse inquérito dentro de um prazo razoável. Após essa fase, vou sentar com o delegado João Paulo para ver as questões a serem dirimidas e já mandar um ofício ao IC pedindo uma data o mais rápido possível".


O que disseram os policiais? Caso completou um mês nesta terça-feira, 03 de junho

Sidney Tenório, diretor da Polícia Judiciária 1, comentou sobre o depoimento dos policiais envolvidos naquela ocorrência.

"Eles alegam basicamente que o adolescente empinou ou tentou empinar a motocicleta em um semáforo da cidade, houve perseguição. E, em determinado momento, a viatura emparelhou, foi quando o policial que estava com o corpo praticamente fora da viatura percebeu que o adolescente teria sacado uma arma e feito um disparo, e terminou reagindo com um único disparo que veio a atingir as costas e o coração da vítima, que faleceu depois de dar entrada na UPA. É essa a informação que temos".

Ainda de acordo com o delegado, a situação é complicada, já que há contestação da versão.

"Estamos fazendo a oitiva dos policiais militares. Estamos em uma situação delicada. Os policiais militares que apresentaram a ocorrência, no CISP (Centro Integrado de Segurança Pública) de Palmeira dos Índios, alegam que houve, na verdade, uma reação por parte da guarnição a um disparo feito pelo adolescente. Enquanto a família, que a todo momento vem acompanhando o caso e cobrando respostas, alega que a situação não foi essa e que houve um disparo por parte de um policial militar que matou o adolescente", disse o delegado.

O delegado contou que essa arma apontada pelos policiais, que alegam ter sido usada e disparada pelo adolescente, está sendo periciada.

"A gente aguarda o laudo da arma de fogo e o exame residuográfico feito posteriormente, o que é ruim porque pode causar prejuízo, pois a pólvora pode sair facilmente depois de o corpo ser lavado, e o corpo foi para o hospital, depois foi para funerária e IML (Instituto Médico Legal). Então, pode ser que haja algum tipo de prejuízo nessa perícia".

A investigação conseguiu recolher imagens de câmeras de segurança e identificar testemunhas que estavam na rua onde ocorreu a morte do adolescente.

"Já ouvimos várias pessoas. Isso aconteceu por volta das 20h em Palmeira dos Índios, em uma rua movimentada. Havia pessoas na rua, todas foram ouvidas. Pegamos imagens, que inclusive algumas circularam na imprensa, estamos em poder desses vídeos. Ouvimos a equipe médica. E agora chegou a hora de ouvir os policiais militares para que possamos confrontar tudo o que foi colhido até agora com o depoimento deles. Eles são ouvidos por enquanto na situação de declarante. Alguns deles já foram ouvidos. Estamos encerrando as oitivas provavelmente até o início da tarde".


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"Havia essa arma de fogo? Tiveram dois disparos? As pessoas que ouviram, ouviram dois disparos? Os vídeos mostram realmente a equiparação... Para que os próprios policiais militares contem o que aconteceu em movimento, mostrando aos peritos, que vão ver a dinâmica dos vídeos, com as falas das outras testemunhas, que participam da reprodução simulada, para que a gente tente chegar ao máximo possível na verdade".

"Claro que a verdade só vai saber quem estava naquele momento. Mas, feito o inquérito, vamos decidir e encaminhar o material probatório ao MP-AL. O que podemos garantir à sociedade alagoana é que o caso está tendo o máximo de isenção por parte da PC. Nunca queremos que uma ocorrência acabe desse jeito, mas acabou, e precisamos ter respostas", afirmou o delegado Sidney Tenório.


O caso - A morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, durante uma perseguição policial no município de Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, provocou revolta dos familiares que contestaram a versão dada pela Polícia Militar para o caso ocorrido no último sábado (03).

A tia da vítima, Flávia Ferreira, contou que Gabriel não tinha envolvimento com crimes e havia saído de casa para comprar alimentos para levar para a lanchonete que pertence aos pais dele.

Segundo Flávia Ferreira, durante o trajeto, ele teria ficado assustado com a investida dos PMs e acelerado o veículo. A polícia, no entanto, disse que a equipe do 10º Batalhão presenciou manobras perigosas praticadas pelo menino, como ele ter avançado quando o semáforo estava com sinal vermelho, e que na tentativa de abordagem, houve disparos contra a guarnição, e posteriormente, o revide de um agente.

Desde então, familiares e amigos têm feito protestos junto à Secretaria de Segurança Pública. O Ministério Público de Alagoas solicitou informações sobre a conduta dos policiais, que foram afastados da atividade ostensiva. O Tribunal de Justiça também cobrou prioridade nas investigações. 

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