{ "@context": "http://schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "WebPage", "@id": "/noticia/nid/acidente-na-india-e-o-1-do-mais-moderno-aviao-da-boeing/" }, "headline": "Acidente na Índia é o 1º do mais moderno avião da Boeing", "url": "/noticia/nid/acidente-na-india-e-o-1-do-mais-moderno-aviao-da-boeing/", "image": [ { "@type":"ImageObject", "url":"/media/s/2025/06/boeing-787-foto-divulgacao-air-india.jpg", "width":"1200", "height":"700" } ], "dateCreated": "2025-06-12T13:44:00-03:00", "datePublished": "2025-06-12T13:44:00-03:00", "dateModified": "2025-06-12T13:44:00-03:00", "author": { "@type": "Person", "name": "Igor Gielow / Folhapress" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "TNH1", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/static/logo/logo.svg" } }, "articleSection": "Mundo", "description": "" }

Acidente na Índia é o 1º do mais moderno avião da Boeing

Publicado em 12/06/2025, às 13h44
Acidente na Índia é o 1º do mais moderno avião da Boeing - Divulgação / Air India
Acidente na Índia é o 1º do mais moderno avião da Boeing - Divulgação / Air India

Por Igor Gielow / Folhapress

O acidente desta quinta (12) na Índia é o primeiro envolvendo um modelo da família 787, a mais moderna linha de aviões da Boeing. A tragédia atinge a gigante aeroespacial americana em um momento de recuperação de sua imagem, após uma série de problemas.

Com efeito, suas ações caíram 8% nas negociações antes da abertura do mercado nos Estados Unidos. Mas ainda é muito cedo para saber os motivos da queda, ainda que haja alguns indícios a analisar.

Os vídeos disponíveis em redes sociais mostram o avião perdendo altura com o trem de pouso ainda abaixado, logo após a decolagem em Ahmedabad. Pelo vídeo de câmeras do aeroporto, o avião sobe por 15 segundos e depois desce sem alterar o ângulo de decolagem, espatifando-se 17 segundos depois.

Isso sugere algum tipo de perda de potência, o que pode ser falha técnica ou choque de aves, embora somente a análise das caixas-pretas do 787 poderá explicar. Pelas imagens, não há impacto visível contra os motores, e a aeronave usa quase toda a pista para decolar - indicativo da falta de empuxo.

Segundo dados de sites de rastreio de voo, como o Flightradar24, o avião subiu apenas 190 metros a partir da pista, que fica 61 metros acima do nível do mar.

A decolagem é a segunda fase de voo em que mais acidentes fatais acontecem, segundo as estatísticas disponíveis. O pouso é a primeira. Este foi o 12º episódio com mortes em 78 anos de operações da Air India. O mais recente acidente do tipo havia ocorrido em 2020.

O avião da Air India, de matrícula VT-ANB, havia sido produzido em 2013 e entregue em 31 de janeiro de 2014. Ele é um 787-8, o primeiro modelo introduzido da família, com capacidade para 256 ageiros na configuração da empresa.

Apesar de nunca ter sofrido uma perda total ou acidente com mortes, o 787 tem um histórico conturbado no quesito segurança, em parte inerente às características revolucionárias de seu projeto, mas também aos problemas de qualidade de produção enfrentados pela Boeing nos últimos anos.

O modelo é o primeiro do mundo com maior parte da estrutura, 80% em volume e 50% em peso, feita de materiais compostos de carbono. Isso ou a ser padrão na indústria, adotado pelo rival mais novo Airbus A350, por exemplo, devido à economia de combustível que o peso menor proporciona.

O 787 é um avião com alta complexidade de sistemas digitais. O emprego de baterias de íon-lítio recarregáveis, inédito então, gerou a primeira grande crise para a aeronave, que voou pela primeira vez em 2009 e entrou em serviço comercial em 2011 pela japonesa ANA.

Princípios de incêndio com aviões no ar levaram toda a incipiente frota do 787 a ser paralisada em 2013, mas a Boeing solucionou os problemas. Seis anos depois, surgiram as primeiras denúncias de problemas estruturais na montagem do modelo.

Em 2021, a Boeing suspendeu novas entregas para investigar problemas que iam de colocação errada de parafusos a risco de rompimento da fuselagem, um processo que durou cerca de um ano. Houve outras questões envolvendo qualidade, mas no geral a crise específica com o modelo parecia resolvida.

Por evidente, a essa altura não é possível especificar se algum dos problemas ados tem a ver com a tragédia indiana. A Boeing divulgou comunicado dizendo que ainda estava colhendo informações iniciais e que iria colaborar com a investigação, como de praxe nesses casos.

O programa do 787, que tem o nome fantasia Dreamliner (avião dos sonhos, em inglês), custou mais de US$ 30 bilhões e irá se pagar quando talvez 2.000 aeronaves forem vendidas. Até aqui, 1.189 foram produzidas, e há mais 2.137 encomendadas para atender rotas de longa distância - a configuração 9, tem até 14 mil km de alcance.

O que é possível dizer é que o acidente ocorre no momento em que a empresa começava a se recuperar de uma crise bem maior, da qual os problemas recentes do 787 haviam sido apenas uma parte. A questão mais vistosa envolveu os best-seller 737 MAX, a nova linha do avião mais popular do mundo.

Erros de engenharia do novo modelo levaram a dois acidentes fatais e à paralisação de suas frotas por 20 meses, a partir do fim de 2019. Em 2024, novos problemas, com um tampão de fuselagem do modelo caindo do avião em pleno voo, nos EUA, e novas acusações de má qualidade na produção.

Houve também outros problemas, que vão de defeitos na cápsula espacial Starliner ao atraso na entrega dos novos modelos 747 que serão usados como Air Force One pela Presidência dos EUA.

A Boeing então trocou pela segunda vez sua chefia, e a nova istração focou em solucionar as questões de treinamento e de padrões. Novos contratos militares do governo Donald Trump deram alento extra à fabricante. Vinha tendo sucesso, com aumento de vendas ante a rival europeia Airbus, que nesse ínterim ou a dominar o mercado.

Gostou? Compartilhe